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Review #6: Jarvis Cocker - Jarvis (2006) [Portuguese]

http://img43.imageshack.us/img43/1831/jarviscocker.jpg
Jarvis - Jarvis Cocker
"Em um dos seus mais inspiradores projetos, líder do Pulp ingressa em carreira solo"

Detalhes do Álbum:

Nome/Músico: Jarvis Cocker
Nome/Álbum: Jarvis
Lançado: 14 de Novembro de 2006
Gênero: Rock/Alternativo
Duração: 46:54
Gravadora: Rough Trade
Produtores: Graham Sutton

Jarvis Cocker, detentor de um dos seus maiores sucessos enquanto integrante da banda rock britânica Pulp, Common People, suas composições sempre foram marcadas pela melancolia relatada a partir de um ponto de vista lírico cômico. Neste primeiro álbum solo do britânico, não é diferente. Intitulado somente "Jarvis", a arte gráfica da capa é simples e direta, apenas com a exposição dele diante de uma parede verde, com uma pequena indicação com o seu nome apontada à sua imagem. E realmente, esse é um dos álbuns mais pessoais e íntimos do roqueiro e figura histórica do rock/pop produzido em meados dos anos 80 que, no caso dele, era implementado com batidas disco e desenvolvido de uma forma mais apaixonante e lúdica, sem esquecer, óbvio, o trágico em suas obras. Aqui você encontrará temáticas extremamente variadas, que vão desde um simples conselho que Jarvis oferece a uma garota que encontra problemas em seu relacionamento, até uma interpretação emotiva e sentimental, envolvendo sua família e o mundo, de física quântica.

O álbum possui dois pequenos interlúdios, chamados de The Loss Adjuster (Excerpt, Pt. 1) e The Loss Adjuster (Excerpt, Pt. 2), que sugerem que os músicos estejam ajustando seus instrumentos, considerando que ambos aparecem com o intuito de iniciar e encerrar o álbum. O seu primeiro single foi Don't Let Him Waste Your Time, faixa em que ele literalmente aconselha uma garota que enfrenta problemas com seu companheiro, de um jeito bastante carismático e até mesmo satírico, dizendo para ela esquecê-lo e que ele não merece sua atenção. As letras de Jarvis em alguns momentos são bastante explícitas, objetivas e o principal de tudo: inteligentes. Ao mesmo tempo que ele consegue sim fazer o ouvinte rir de algumas de suas proposições um tanto impulsivas e precipitadas, é sempre perceptível a desalentada situação a qual o narrador lida. Black Magic e Fat Children podem ser compreendidos como os momentos mais agressivos e contundentes do disco, sendo a primeira comentando sobre a adoração por magia negra por parte de uma pessoa anônima em sua história, e a segunda - que inclusive foi o subsequente single - mostra um momento de descontração sonoro que envolve, na letra, o eu-lírico e uma criança gorda, em que o primeiro parece ter sido assassinado e consequentemente furtado pelo segundo. Logo em seguida, na última estrofe, Jarvis põe em prática o que ele melhor sabe fazer: retêm temporariamente o humor e expressa, por meio de versos um pouco sérios, maduros e um tanto filosóficos, que os pais são muitas vezes os responsáveis indiretos pela indisciplina de seus filhos, tratando suas, segundo ele, "mimadas pequenas princesas de estaturas enormes" como crianças quando já são adultos.

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Os instantes calmos estão nas baladas I Will Kill Again, em que ele novamente nos apresenta algumas visões críticas sobre a sociedade moderna por meio de um maravilhoso e primorosamente executado solo em piano e a ritmicamente inusitada Baby's Coming Back to Me, mais romântica e serena, pedindo, como o título já sinaliza, para que a pessoa que ele ama volte pra ele. Um dos principais pontos altos, Heavy Weather, conta, sob uma ambientação sublime, sobre um narrador que sempre se recorda da sua amada quando em tempos chuvosos, relacionando o mau tempo com a instável relação entre os dois. Igualmente melancólica, From Auschwitz to Ipswich mostra um narrador que reconhece que seu romance está acabado com outra pessoa, dizendo que a triste e deplorável condição deles é, metaforicamente, a mesma de Auschwitz (cidade conhecida pelos massacres aos judeus em campos de concentração realizados pelos nazistas) à Ipswich (local na Inglaterra que ficou conhecido em 2006, mesma época de lançamento do álbum, em virtude dos assassinatos em série cometidos na época), ou seja, mesmo que eles modifiquem ou relevem algo em suas relações, ela continuará debilitada, isto é, sem imediata solução. Disney Time, através de coros e um teor épico, mais uma vez, de forma humorística, Jarvis analisa a hipocrisia em tempos contemporâneos, pegando como exemplo os filmes da Disney, em que raramente é transmitido os fatos por um prisma realístico, sempre optando pela fantasia e omitindo a realidade dos acontecimentos. "Como eles chamam isso de filmes adultos / Quando a única coisa que eles mostram são pessoas fazendo bebês filmadas de perto?", ele diz. E não é que ele está certo mesmo… O clima festivo e de despedida chega em Tonite, talvez uma das canções mais belas e envolventes de Jarvis. Ela é direta: pede para que a pessoa que ele goste pare de agir erroneamente e compartilhe somente aquela noite com ele. Big Julie é comovente e reflexiva. Retrata a respeito de uma garota fisicamente avantajada, mas que possui valor unicamente sexual às pessoas, acabando por ostentar assim, uma vida solitária e superficial. O álbum recua significativamente nessa região, se tornando mais pessoal e sensível.

Quantum Theory seguramente faria qualquer ser humano se emocionar. Com o apoio de conceitos quânticos, mais precisamente a idéia de universos paralelos, Jarvis diz uma série de fatos que positivamente poderiam haver em um outro universo, tais como a inexistência da gravidade, peixes sem espinhos (Aqui, ativando o humor mais uma vez), um local onde simplesmente tudo estivesse bem e todos felizes ou, em uma das frases mais tocantes do disco e onde percebemos a direta interação dele com o ouvinte, um local onde nós não estivéssemos sozinhos. A última faixa oficial é precedida pela música escondida Running The World após cerca de 30 minutos em silêncio, que finaliza também com uma crítica política e social ao mundo, em que Jarvis diz com todas as letras que o "mundo hoje em dia é comandado por idiotas", exercendo estrita alusão aos governantes atuais.

Seu primeiro álbum solo já é um marco e sem dúvida alguma permanecerá como um dos seus mais criativos e apreciáveis trabalhos. Embora sua popularidade seja baixa mundialmente em comparação aos demais artistas do momento, no Reino Unido Jarvis possui invejável crédito e uma legião consistente de fãs. Não pense duas vezes antes de adquirir este brilhante, sincero, intimista e maduro trabalho. A probabilidade de se arrepender é bem baixa. Pra quem está interessado num ótimo e saboroso lírico, é um prato cheio. Com o tragicômico em foco, a melancolia aflorada, o senso crítico onipresente e o espírito juvenil na ativa, ele ainda promete muito no mundo da música…

Por fim, lhe faço uma proposta: se você não se emocionar com nenhuma das faixas deste álbum, nunca mais volte a este blog…

Melhor Trecho:

"Oh and all the culture vultures
And all the snot-nosed kids
And all the so-called artists, wannabes and never-dids
You claim you're not involved
but you're in up to your neck
The night belongs to lovers
so show some respect"

Tonite

Considerações Finais:

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Nota do Álbum: 4.5/5.0
Escolhas do Álbum: Don't Let Him Waste Your Time; Heavy Weather; From Auschwitz to Ipswich; Tonite; Quantum Theory

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